17 outubro, 2005

Não sei, nem te interessa!

Pois, só quero dizer que tá mal! - Pronto já disse.
Certo dia passeava eu o meu cão quando vejo passar um CD-r (de marca rasca), que por sinal (mas porquê 'sinal'???, e não verruga, ou borbulha ou...pele morta...) ia dentro de um auto-rádio que frenética e violentamente o forçava a girar, ofuscando-o com um intenso raio de luz, e por meio de tal tortura extraía ao pobre disco vibrantes e altíssimos sons. Como podem imaginar esses aflitivos sons eram depois amplificados por potentíssimo amplificador low-fi (também os há hi-fi mas não era o caso), daqueles que nos custam uma fortuna na feira da Praça de Espanha. Mas atenção custam uma fortuna, não por culpa do feirante, que vende aparelhos de renomadas marcas, tais como, watson, furason, levson, aldrason e outras acabadas em son porque são todas filhas (son = filho em inglês) do mesmo pai. Então de quem é a culpa do dito amplificador custar uma fortuna ??? É nossa pois claro, porque não devíamos levar um único euro para um lugar em que os carteiristas são mais que as carteiras. Desculpem-me esses nobres e honrados profissionais do aproveitamento e reciclagem dos bens alheios.
Voltando ao nosso amigo CD-r de marca rasca, viajava então o coitado a bordo daquele bólide, esse que é um verdadeiro ícone da velocidade, um desafiador de adrenalina, esse portento da engenharia automóvel, um fantástico suporte de tunning, aquele que viria a ser conhecido entre os amigos mais intímos como - 'dois-cavalos'. Ao volante seguia uma estranha criatura, de tez acastanhada, a parte superior era constituída de um objecto de pano, do qual brotava uma saliencia rígida, balançava ao ritmo do som, munido que estava de uns objectos metálicos nos dedos...

até à próxima

10 outubro, 2005

Queijo fresco ou uma ida ao dentista?

É de facto dificil escolher. Um dia ouvi a parábola do camaleão (é engraçada a decomposição desta palavra, 'cama' + 'leão' dá que pensar... e muito), e era assim: "Não sei se vá se fique, não sei se fique se vá, se fico aqui, não vou ali, se vou ali, não fico aqui." Não sei se já repararam que este pobre animal tem uma espécie de tique que o leva a balançar ora para a frente, ora para trás. Fico invadido de um profundo sentimento de pesar, para com este ser vivo. MAS, eis senão quando o despertador toca e acordo para o mundo real, este mundo onde existem queijos frescos e dentistas.
Esta é a verdadeira luta pela sobrevivência da espécie, as escolhas entre as coisas igualmente boas, e este é o caso, ou seja, é tão bom ir ao dentista como comer queijo fresco.
Deparo-me com este intrigante dilema, nem mesmo homens brilhantes, possuidores de uma inteligência acima da média (da média de qualquer lesma), foram capazes de dar uma resposta cabal, sim já devem ter adivinhado refiro-me ao Eusébio. Porém a dúvida persiste. O que é afinal o queijo senão um pouco de leite estragado, inundado de toda a espécia de bactéria de apodrecimento que actua na decomposição de qualquer organismo vivo. Lembro-me do 'lilo' (foi a minha mão direita que sózinha escolheu o nome), vocês não o conhecem mas ele era uma bactéria macho que parava ali para os lados da Guarda, uma vez contou-me (em confissão) que entre um cão atropelado e um coalho de leite, lhe era muito mais grata a tarefa de decompôr o cão, pois não corria o risco de ir parar ao intestino de um qualquer humano. - Como já repararam hoje estou deprimido, por isso estou a partilhar os mais interessantes dos meus segredos. A razão para tanta agonia é que ontem foi dia de eleições autárquicas, e o meu querido partido não ganhou nada, isso leva-me a pensar mudar o nome do nosso partido de qwertyuiopçlkjhgfdsa.mnbvcxz.com.br para BE, mas disseram-me agora que já existe uma doença com esse nome. Assim como alternativa vou para a prostituição.- Pronto, quanto ao queijo fresco de certeza que já perceberam o que quero dizer, sempre que comerem um tenham cuidado de não morder o 'lilo', afinal ele é meu amigo.
Por falar em amigo, recordo-me desse, que é o melhor amigo do homem, o dentista. Munido de instrumentos ruidosos e tremeluzentes está sempre pronto a ajudar o homem a morder melhor. Convenhamos que sem dúvida deve ser uma profissão de alto risco. Colocar os dedos , a ponta do nariz e por vezes parte da córnea dentro da boca de uma pessoa cheia de vontade de a fechar, é muito arriscado (gostava de lembrar que uma boca humana pode produzir uma força de aperto de cerca de 2 toneladas*). Noutro dia passei pela zona da expo no final da tarde , já estava escuro , senti um raio de luz vir da minha direita, eram as luzes de um consultório de dentista. A doutora estava debruçada dentro da bocarra de um desgraçado ser vivo que freneticamente apertava e esfregava os braços da cadeira onde estava sentado, retorcia-se o pobre ser, seus olhos, lançavam raios de ódio os quais rápidamente eram aproveitados por um aparelho que os transformava em luz, luz essa, que a dentista usava para continuar a sua investida naquela caverna de restos e habitantes. Bocados de um material acastanhado saltavam de dentro do orificio para onde a 'dôtoura' se empoleirava, a cadeira gemia sufocada pelo peso e pelos apertos do paciente (que já não tinha paciência nenhuma), um zunido persistente soava pela sala e ouvia-se cá fora, um cheiro nauseabundo exalava do orificio. Sim, porque, escândalo dos escândalos, este transeunte que vos saúda com esta obra literária, se encontrava na rua, as paredes do consultório eram de vidro de alto a baixo, as persianas estavam abertas, as luzes estavam acesas e cá fora era de noite e estávamos ao nível do chão. Parecia um stand de vendas de automóveis cheio de atracções. Fiquei por ali apreciei o espectáculo e nem tive que pagar. O paciente levantou-se finalmente do seu matírio, com uns pedaços a menos, uma cara horrível, parecia que tinha ido ao dentista, e ainda pude ver 4 notas de 20 euros migrarem da sua carteira para a da transpirada 'dôtoura'. Coitada aquilo custou que se fartou e o desgraçado ainda era ingrato... pelo menos era isso que os seus odiosos olhos transmitiam.

Pois então, acho que vou chamar o meu amigo 'lilo' e vamos os dois ao dentista. Pode ser que ele assim pague para eu assistir a mais um espeactáculo... Que achei uma verdadeira violação de privacidade.

*(peço desculpa pela mentira mas se não duas é uma ou mais)

Depois deste emocionante momento de partilha quero pedir desculpa ao 'lilo' por tê-lo citado pelo seu nome próprio. Lilo, desculpa tá? Pronto a sinceridade é uma virtude.

03 outubro, 2005

Festa de anos ou perú depenado??

Não há outra maneira de o dizer: Parabéns!
'Parabenizo' (brasileirismo) todos os idiotas que até ao dia de hoje continuam a ter esperança de .... 'Parabenizo' todos os heróis esquecidos, e lembrados, que frequentemente deixam as meias desarrumadas depois de, a muito custo as usarem durante três meses e meio ... 'Parabenizo' todas as donas de casa, que dia após dia lutam desenfreadamente com os pelos, que emergem dos sovacos, adquirindo espontâneamente aromas "cebolados", produzidos pelas glândulas sudoríparas ... 'Parabenizo' esse esteio da música contemporânea, uma lenda viva, repleto de imaginação e espontaneidade, possuidor de uma lendária sensualidade, um verdadeiro macho latino, um ícone da cultura, uma marca perpétua da ocidentalidade, um verdadeiro produtor de êxtase nos cérebros (e não só), de muitas senhoras (e não só), uam autêntica máquina de fazer sucesso, um pólo de atracção para todos os desiludidos com a vida, e um pólo de afastamento para todos os possuídores de mais de um neurónio ... 'Parabenizo' os condutores de gado cuja memória foi imortalizada pelos famosos heróis do velho oeste, os "cábóis" ou em português os rapazes-vaca, uma espécie antiga de super-heróis, nos quais, os criadores do homem-esfregona e do homem-tosta e do homem-ranho e do homem-barata (este tinha de problemas com a sua própria identidade) e até do homem-aranha, se viriam a inspirar... Não tenho palavras para descrever o sentimento que me invade a alma, quando penso naquele pobre ser vivo a que chamamos perú. São dois os momentos de grande pesar na vida do pobre animal, passo a citar:
O primeiro momento está relacionado com o desporto-rei, o futebol, no meio de aplausos e gritos eufóricos, 22 jogadores perseguem estúpidamente um esférico aborrachado o qual tentam desesperadamente introduzir num minúsculo orificio de 7 mts de largura por 2 mts e tal de altura (diga-se que é uma tarefa dificílima), enquanto isso nas bancadas o populacho emborca imperiais servidas em copos de plástico e aproveita para se familiarizar com o àrbitro chamando-lhe nomes com os quais se identificam em termos familiares (entre toda a fauna do planeta este estranho comportamento só acontece nos humanos, não há ainda explicação para este fenómeno). Mas, e o perú? Pois o pobre animal é também chamado ao jogo nos momentos de maior "frisson", ou seja quando o guarda-redes decide ir tomar uma 'bejeca' ao bar em pleno jogo, é aí que o populacho decide chamar o pobre animal com vistas à sua execução em plena praça pública. É duro ser perú nos dias de hoje, que culpa tem a pobre criatura? Sóse for pelos estranhos e guturais sons que profere.
O outro momento de tortura do pobre perú é por alturas do natal quando é suposto haver paz e boa vontade. Numa malvada acção de tortura o desesperado animal é convidado a apanhar a maior buba da sua curta vida, quando todos os seus poros exalam já o aroma da aguardente feita a martelo na tasca da esquina, onde pára um ou dois frascos ambulantes de orgãos em conserva, quando os olhos do bicho mudam de côr e o mundo acelera rodopiando a uma velocidade vertiginosa, é nesse momento da maior das curtes alguma vez experienciada por uma ave, que um vil, luzidio e contundente objecto entra em cena, é na bebedeira que o peru irá experimentar a última viagem, a cabeça rumo ao caixote do lixo e o resto corpo rumo ao forno.

'Parabenizo' todos os idiotas que leram isto até ao fim, eu tentei ler para corrigir erros e não fui capaz, e tu? Foste?